Nas ultimas semanas
quando passo pelo Largo da Batata, em São Paulo, tenho visto algo que me
incomoda profundamente.
É a nossa bandeira
hasteada e toda rasgada.
Não sou tão velho
assim, tenho 43 anos, quando estudava eu me lembro que no dia da Bandeira (19
de Novembro) todas as bandeiras eram trocadas e, durante o ano, se alguma
bandeira se deteriorava a mesma era trocada.
Sei que pode
parecer uma besteira e pode estar pensando:
- Poxa vida com
tantos problemas profundos que temos esse cara vem falar de bandeira!?
Mas o que eu quero
dizer não é sobre um pedaço de pano com cores estrelas e frases, mas sobre o
SIMBOLO.
Para ser bem
simples vamos na definição do dicionário:
substantivo masculino
1. 1. aquilo que, por convenção ou por
princípio de analogia formal ou de outra natureza, substitui ou sugere algo.
Sendo assim, em
uma analise até primaria, o símbolo de nossa bandeira nos representa como povo,
nação e até mesmo como indivíduos.
Quem de nós usa em
sua rede social, crachá de empresa uma foto feita antes de escovar os dentes
pela manhã, ou depois de entrar correndo em um ônibus em um dia de calor?
Alias eu como fotógrafo
de retratos corporativos, já cheguei a fazer 120 fotos de um mesmo profissional,
tamanho o preciosismo dele para com a construção de seu “símbolo”, sim afinal a
fotografia em um site é a representação gráfica do indivíduo , não O individuo
já que este é composto de parte muito mais complexas e abrangentes do que uma
simples imagem.
Pois bem. E lá
esta a nossa bandeira surrada e ninguém nota, ou talvez não se incomode.
Seria uma
desconexão com o que ela representa?
Será que estamos
tão desconectados de um sentido mais amplo de nação, que o símbolo que nos
representa só é lembrado ou usado para fins muito específicos e como ninguém se
identifica com ele, qualquer um se sente no direito de dizer que lhe pertence (individualmente)?
Olhei para cima e
vi a bandeira nessas condições, e a tristeza foi grande. Lembrei da época da
escola quando aprendi a importância dela, e esse ensinamento carrego comigo até
hoje. Não estudei em escola militar nem nada, uma escola comum no interior de
São Paulo.
Fui trabalhar, mas
com isso em mente e essa tristeza.
Saindo de um
famoso restaurante após um primeiro trabalho eu ouço:
- Tio tira uma
foto de mim!
Era a Jéssica, nove anos vendendo suas balinhas na
cidade, pegando 3 conduções por dia para chegar até aquele restaurante, para
ajudar a família.
Mais tarde, em
frente ao Hotel intercontinental da Alameda Santos, vejo sentadinhos
conversando gostosamente e super alegres , três figurinhas: Jeferson, Caio e
Jonas. Para eles a condução era mais simples apenas um ônibus e um metro, do
extremo da Zona Leste até o local de trabalho .
Um verdadeiro
almoço entre amigos, onde conversavam, riam bonito de se ver.
Pensava neles em
quanto caminhava e pensava na Bandeira do Largo da Batata...
No começo da Paulista
encontro com o José, mas ai, a condição era outra. O corpo já castigado pela
vida nas ruas e poucas condições de se comunicar eme dizer algo com nexo.
Se algo sutil, mas muito importante é tratado dessa maneira , que dirá aqueles a que ela representa.
Não quero com este post apoiar este ou aquele lado, pois gostaria que em algum momento eu conseguisse passar a mensagem de que os LADOS deveriam se lembrar que somos parte de um todo muito maior.
Quem sabe um dia todos defendam uma unica causa, abrindo mão, um pouco que seja, do nosso próprio egoismo e venhamos a entender o significado de Nação.
Não foi por acaso ou simples estética que a foto inicial é a que aqui esta.
Ela tem seu simbolismo. se chegou até aqui volta lá e me diz o que ela significa para vc!
Obrigado por ler meu pequeno desabafo até aqui.
E vamos que vamos!!!!!!