Ontem (01/09) fomos a outro cliente, a maior empresa de transporte da Nigéia.
Uma empresa "pequena"...
Uma garagem do tamanho da antiga garagem da CMTC na Leopoldina em SP. Mais de 200 onibus entre sucata, reforma e manutenção. Mais de 200 mecânicos andando para cima e para baixo sem saber o que fazer.
Um caos desorganizado e sujo, MUITO sujo. Alias, bota sujo nisso.
Assim que chegamos fomos falar com o chefe daquela bagunça toda, o Engenheiro chefe Sr. Davidson, um ex lutador de tele catch. Já falei dele aqui, mas para quem não se lembra vai uma fotinho do escritório:
Ele não fez o treinamento, mas como manda o protocolo, fomos levar um jaleco especial para ele, para evitar ciumeira.
Assim que chegamos estava tendo uma reunião dos mecânicos na frente de seu escritório.
Todos ficaram quietos e foi interessante como olharam para nós, dois brancos sujos como mecânicos, sorrindo, aparecendo ali do nada. Acho que demoraram um pouco para processar o que estavam vendo.
Assim que avistei meu amigo na roda comecei a fazer festa, falando alto e dando um abraço. Parece que isso acalmou a todos que não entendiam nossa presença ali. Mas apesar de ter acalmado, continuaram sem entender nossa presença.
Conversinha mole no escritório, la vamos nós caçar os nossos alunos naquele caos, para vermos onde poderíamos ajudar.
Entre peças, sucata, lixo, mecânicos e cabras fomos andando.
Encontramos o Anthony, que nos recebeu calorosamente. Já o conhecia há uns dois anos e ele sempre foi carrancudo e rude comigo. Mas parece que a semana de treinamento amoleceu aquele coraçãozinho...
Perguntamos se ele precisava de nossa ajuda e ele nos levou para ver um carro e outro e outro e mais outro....
Começamos a tentar organizar as atividades, mas era algo meio frenético, cada hora um fazia uma coisa e nenhum trabalho era completado. Mecanicos andando para todo o lado buscando uma ferramenta.
Gambiarras para todo lado.
E tome o Steve tentando resolver alguma coisa sempre que possivel.
Toda vez que parávamos para falar alguma coisa, no mínimo uns 8 ou 10 paravam em volta para ouvir.
Em determinado momento o Anthony nos levou para conhecer o gerente de peças.
MEO DEUS!!!!
Entramos em um galpão o figura dormindo na cadeira com as pernas para cima, parecia que estava em uma cadeira ginecológica. Pensei comigo: Eu é que não vou acordar a fera *RS*
Ai acordam o leão, colocam uns filtros de ônibus para sentarmos e conversarmos com ele. Como assunto não falta logo arrumamos um, bem besta, mas era o que tinha no momento para quebrar o gelo com nosso sonolento e recém desperto roncador.
Quando saímos o Steve me fala:
- Você viu o tamanho?
- Do que?
- Das PULGAS!!!!!!!
Voltamos para a nossa rotina .
Conseguimos nos concentrar em um carro, com um problema bem específico.
Após alguns ajustes fomos dar uma volta com o carro pelas ruas de Maza Maza.
O Steve, eu, o mecânico, o eletricista e mais 4 caras que não sei o que estavam fazendo ali.
Era cômico.
Um ônibus inteiro vazio e todos se espremendo na cabine do motorista.
A turma vai juntando, não sabe por que, parece que só quer estar ali.
Assim que retornamos mais alguns ajustes foram necessários, enquanto isso... anda para cá, resolve um pouco aqui um pouco ali, ouve uma história atrás da outra e quando vc vê já são quase 17:00 e nada foi resolvido.
Mas o ritmo, frenético.
Quando estávamos saindo 4 senhoras pegaram carona na nossa van. Foi engraçado, pois ela entraram na van vazia e todas estavam gargalhando e vibrando, porque nunca tinham pego uma daquele jeito.
Foi um dia de poucos resultados no que diz respeito a manutenção, mas de muito aprendizado sobre a dinâmica de trabalho e as condições deles.
De noite, no jantar, conversávamos sobre os próximos desafios e como será um trabalho intenso, árduo e aparentemente lento.
Pode ser assustador, e É!
Mas disposição, boa vontade, estomago e bom humor não faltam.





Nenhum comentário:
Postar um comentário